quinta-feira, 18 de outubro de 2007

Comentário do Missionário Fabio, ao artigo de Zé Paulo, sobre a crítica ao projeto de Lei que limita o horário para venda de bebidas alcoólicas em Por

Miss.Fabio: Primeiramente, gostaria de expressar minha convicção sobre a liberdade de expressão, garantida por lei, sendo uma conquista da democracia. Por isso, respeito e considero opiniões diferentes da minhas, e, assim, quero comentar a opinião veiculada no giro on line, de autoria de Zé Paulo, postada no dia 12 de outubro de 2007.

Zé Paulo: FECHAR COMÉRCIO ÀS 23H, NÃO!
Zé Paulo: Senhores(as), leitores deste conceituado jornal. venho expor minha indignação e protesto contra a idéia iniciada pelos pastores mencionados nesse jornal de fechar os bares ás 23:00hs. É simplesmente um absurdo o que estão querendo fazer com os comerciantes de Porciúncula.

Miss. Fabio: Os pastores mencionados são Fabio Garcia Sanches e Ricardo Fróes de Cnop. Em primeiro lugar, o equívoco do colunista já começa no título do artigo. O projeto de Lei que foi colocado em discussão com toda sociedade, não prevê o fechamento do comércio às 23 horas, mas a proibição da venda de bebidas alcoólicas, a partir deste horário.
Como queremos apresentar um projeto de lei que conte com a participação e apoio da comunidade, recebemos a sugestão de pessoas que, em vez de criticar sem conhecimento de causa, se apresentaram para dar sua contribuição, e assim, entendemos que este horário de 23 horas poderia ser prorrogado para as 24 horas, conforme sugerido, o que estamos estudando, devendo ser acatado.
Sobre o “absurdo que estamos fazendo com os comerciantes de Porciúncula”, o colunista mostra falta de sensibilidade ao detectar o alvo do nosso projeto de lei. Jamais queremos prejudicar os comerciantes que honestamente trabalham para sustentar suas famílias, dando empregos a outros chefes de famílias também. O nosso alvo é proteger os adolescentes e jovens dos perigos relacionados ao álcool e outras drogas, bem como da violência que está diretamente ligada à ingestão desta droga.

Zé Paulo: A cidade já não tem cinema, esporte e outros entretenimentos para a sociedade porciunculense fazer seu lazer; o que resta é ficar na praça batendo papo com amigos, tomando um drinque ou fazendo um lanche.

Miss.Fabio:Também concordo que a vida cultural da cidade é pobre, mas não seria hora de rompermos com esta mesmice e cobrarmos das autoridades alternativas inteligentes, tais como, teatro, esporte, festivais de música e outros. O potencial criativo da nossa gente é muito grande, mas a acomodação e esta idéia errônea que só podemos nos divertir se estivermos ingerindo bebidas alcoólicas, devem ser repensadas.

Zé Paulo: Além do mais, fazer com que o Exmo Senhor Dr. Marco Anônio Novaes de Abreu, juiz da comarca da cidade, páre suas atividades, para ir ao encontro destes 02 senhores, que ao meu ver, estão desocupados, é simplesmente atrapalhar o poder judiciário da cidade, que está cheio de processos.Parar as atividades do delegado titular da 139ª Dr. Uiliam, que tem inquéritos policias a esclarecer, foi totalmente inoportuno, por parte destes senhores pastores.

Miss.Fabio: Que o Dr. Marco e o Dr. Uíliam são pessoas ocupadas, todos nós sabemos, mas não creio que o senhor seja a pessoa indicada para determinar as prioridades e a agenda destas competentes autoridades. Eles foram convidados e foram os primeiros a chegar e os últimos a saírem da reunião, pois, ninguém mais do que eles, podem atestar a importância deste projeto de lei. É bom lembrar que a reunião ocorreu no período da noite, fora do horário de expediente de ambos.
Certamente o Dr. Marco e o Dr. Uíliam são muito ocupados, mas se o senhor se der ao trabalho de perguntá-los qual o elemento presente na maioria dos inquéritos policiais que se transformam em processos, que, inclusive, os deixam mais ocupados ainda, poderá verificar que o álcool é o grande vilão, o grande causador de problemas nas famílias e em toda comunidade.

Zé Paulo: Resta somente uma solução: se continuarem este ato com os comerciantes, solicitarei ao ministério público uma audiência, com os citados (comerciantes e sociedade),

Miss.Fabio: Sugiro que faça isso imediatamente e que leve o maior número possível de comerciantes, para ouvirem do Dr. Waldemiro, Promotor de Justiça, que a maioria dos alvarás concedidos para os donos de bares, permite o funcionamento até as 22 horas. Sabendo disso, os donos de bares olharão para o nosso projeto de lei com outros olhos, sabendo que não representa ameaça pra ninguém, mas que, pelo contrário, lhes permitirá duas horas a mais de funcionamento.

Zé Paulo: e convocarei a câmara dos vereadores para dar seu parecer, já que até o momento não se pronunciaram. Vale salientar que não podemos generalizar, nem associar os pastores às Igrejas Evangélicas que sempre fizeram e fazem um trabalho digno na cidade.A população precisa despertar para a omissão dos políticos da cidade, que estão de braços cruzados sem se posicionarem a respeito do assunto. Será que se fosse ano eleitoral, esses políticos estariam agindo? Se fossem nas eleições eles estariam pedindo seu voto?. Acordem vereadores! Vamos ajudar os comerciantes.

Miss.Fabio: Não entendo por quê pressionar a câmara dos vereadores. Ninguém pode impedir cidadãos de expressarem seus pontos de vista, de se reunirem para discutir os melhores caminhos para a sociedade. Os vereadores estão democraticamente acompanhando este movimento popular, mas na hora que o projeto de lei chegar até eles, os debates começarão, e eles saberão decidir o que será melhor para a sociedade.

Zé Paulo: Porque estes ditos pastores não se preocupam com a entradas das drogas na cidade, que traz uma desgraça aos pais dos jovens que se perdem neste mundo,

Miss.Fabio: Estes “ditos pastores” se preocupam e muito com a entrada de drogas na cidade, por isso estamos lutando contra uma droga chamada álcool, droga lícita, mas que não deixa de ser droga, segundo a Organização Mundial de Saúde. É lamentável que o colunista desconheça o assunto que procura comentar.
Outra informação, é que o álcool é a primeira droga utilizada pelos adolescentes e jovens, e que, normalmente, quando utilizam pela primeira vez as drogas ilícitas, estão sob a influência desta droga que com tanta veemência você procura defender, o álcool.

Zé Paulo: ou então se preocupem com a falta de um sistema de saúde adequado para sociedade, ou a falta de emprego, que gera miséria e obriga os moradores a partirem da cidade em busca de melhores chances. Acorda população, esse tipo de proibição somente gera prejuízo.

Miss.Fabio:Muito do dinheiro que poderia ser usado no sistema de saúde, no tratamento de doenças que afligem a população, é gasto com as desgraças provocadas pelo alcoolismo. Em nossa última reunião, o Pr. Ricardo trouxe uma informação que quase 8% do PIB brasileiro é gasto com problemas decorrentes do uso do álcool.
Sobre a miséria, com a qual você está tão preocupado, quero lhe convidar a visitar muitos lares carentes em nosso município, onde o chefe de família é alcoólatra, que gasta o seu dinheiro com bebidas, em vez de comprar o alimento para a família. Quero lhe convidar a ouvir histórias de violência familiar, abuso sexual, e a violência contra a dignidade das pessoas, impondo à família uma miséria que vai além da falta do pão e do leite.
Convido, também, a população para acordar e perceber o verdadeiro prejuízo que nossa sociedade tem contabilizado por ser tão omissa e complacente com esta droga chamada álcool, que tem destruído tantas vidas.
O próprio Governo Federal, através do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, editou uma medida provisória que proíbe a venda de bebidas alcoólicas às margens de rodovias federais. O governo do Estado do Rio de Janeiro elogiou a ação do Governo Federal e disse que vai seguir o mesmo caminho, proibindo a venda de bebidas alcoólicas nas rodovias estaduais. Certamente os críticos de plantão estarão atacando, também, esta medida, alegando os possíveis prejuízos, mas, certamente, o benefício será muito maior, pois vidas estarão sendo salvas.

Zé Paulo:Meu objetivo é garantir que os comerciantes da cidade possam continuar trabalhando para honrar sua contas, e dar aos moradores a oportunidade de lazer. Lógico que também serei contra qualquer estabelecimento, que estiver trazendo transtorno a população local, após ás 23:00hs. Caso contrário que permaneçam trabalhando.Um forte abraço aos porciunculenses.

Miss.Fabio: Nesse ponto, estamos de acordo. A possibilidade de flexibilização do horário nos dias de festas, certamente não trará prejuízo aos comerciantes, pois, a partir deste horário, a maioria já não funciona.
Para terminar, gostaria de dizer que os pastores, a quem você chamou de desocupados, estão à sua disposição para qualquer esclarecimento quanto ao referido projeto de lei. Convidamos, também, para inteirar-se melhor acerca deste assunto, participando das reuniões, e, aproveitando para conhecer-nos um pouco, pois assim, verá que nossa iniciativa não é fruto da falta do que fazer, mas é motivada pelo amor às pessoas que Deus tanto ama, pelas quais Jesus Cristo morreu.
Estamos cientes de que, se este projeto de lei for aprovado, não resolverá todos os problemas relacionados às drogas, mas temos dados estatísticos que comprovam a diminuição da violência nas cidades que aprovaram leis semelhantes.

Fabio Garcia Sanches.

“O que me assusta não é o grito dos maus, mas o silencio dos bons.” Martin Luther King.