domingo, 10 de fevereiro de 2008

Porcifolia 2008 tem marchinha, samba e blocos

Mesmo debaixo de chuva os foliões curtiram o carnaval porciunculense
Se carnaval é tempo de excessos, o carnaval 2008 em Porciúncula foi marcado pelo excesso de chuva. Durante os quatro dias de folia, foram poucos os momentos em que as ruas ficaram secas. Os amantes do carnaval ficaram decepcionados com o banho de água fria que São Pedro preparou este ano, literalmente. Mas nem por isto, deixou de acontecer o Porcifolia 2008 e nem mesmo a chuva deixou de levar as pessoas à Praça Antônio Amado.
Na tentativa de evitar maiores problemas, antes de iniciar a festa de Momo, o juiz da Comarca local, Dr. Marco Antônio Novaes de Abreu, baixou portaria com normas específicas para o carnaval. A portaria trouxe as seguintes proibições: uso de máscaras após as 21 horas, comercialização e uso de espuma spray, menores de 10 anos desacompanhados nas ruas e qualquer tipo de música alta após as 4 horas da madrugada.
A programação teve que sofrer alterações em função da chuva, mas todos concordaram. Os blocos saíram na segunda-feira, e as escolas de samba foram para a avenida na terça-feira gorda.
E a praça principal da cidade estava cheia. A primeira escola a desfilar foi a Acadêmicos de Greenville que, mesmo debaixo de chuva forte, não desanimou. A comunidade se uniu e fez um bonito carnaval com excelente samba de Benildo da Mangueira (que também foi o puxador), belas fantasias, lindas passistas e uma bateria de qualidade.
O Greenville levou para a avenida o bonito samba-enredo “Vamos salvar a ecologia”, uma composição de Benildo da Mangueira, Marcelo Piterfon e Fernando Lima. O próprio compositor interpretou o samba, juntamente com Renan do Greenville. A emoção tomou conta da passarela, que teve a presença de muitos moradores da comunidade da escola e de outros apaixonados pelo carnaval porciunculense. A velha-guarda do carnaval porciunculense veio muito bem representada pelas incansáveis Tieza e Venimar França Ribeiro, animadíssimas, como sempre. Venimar, que sempre surpreendeu com suas fantasias, este ano veio de diabinha, fazendo par com a cunhada Celeste, vestida de anjo. As duas faziam coreografias de caça e caçador na avenida.
A nova geração também esteve muito bem representada pelo casal de mestre-sala e porta-bandeira Jefinho e Valquíria do Valle.
Nem a chuva tirou o brilho das fantasias e dos foliões, ou afastou o público da Av. José Tannus. Depois da animação da Escola de Samba Acadêmicos de Greenville, foi a vez da banda Mandioca com Torresmo levar as saudosas marchinhas para o público, que aguardava a apresentação da escola de samba Simplicidade. “Mamãe eu quero” e “Saca-rolha” foram algumas das músicas que embalaram os foliões e trouxeram a saudade dos antigos carnavais.
A Simplicidade de Porciúncula chegou animada pela trégua da chuva e pelo lindo samba-enredo que falava dos pecados capitais. A obra, composta pelo mestre Joaquim Raimundo, foi de uma poesia emocionante. O mestre jongueiro esteve em pessoa puxando seu samba, junto com Jorge Israel, fazendo a Simplicidade explodir em animação e alegria.
Uma bonita e bem coreografada comissão de frente, abria passagem para a chegada da Simplicidade. Lindas mulatas, uma bateria empolgante e a rainha da bateria Luciene Ferreira Costa, mais uma vez mostrando o samba no pé e a empolgação de desfilar pela escola de coração.
Aliás, empolgação não faltou às duas escolas porciunculenses e ao público presente, que teve a notícia de que o juiz local havia permitido o som até as 5 horas da manhã no último dia de carnaval.
Estão de parabéns as escolas de samba Acadêmicos de Greenville e Simplicidade, que mostraram samba no pé, harmonia, animação, garra, união, trabalho de equipe e muito amor ao carnaval. E, além do mais, levaram brilho e alegria para o público porciunculense.
A Secretaria de Saúde levou prevenção e apoio a emergências para a praça. Em uma tenda, distribuiu kits com preservativos e material informativo sobre DST/Aids. A equipe da saúde estava também preparada para socorrer os foliões que exageram na bebida. Ofereceu glicose, sala de repouso e uma ambulância para casos mais extremos.A Secretaria de Turismo se esforçou para oferecer o melhor para comunidade e seus visitantes. Mas, contra as leis da natureza não existe esforço suficiente. A chuva diminuiu sim o brilho da festa preparada pela Prefeitura municipal e desestimulou muita gente a sair de casa. No entanto, a festa estava lá, com bandas variadas, com marchinhas, samba, forró, axé, pagode, escolas de samba e blocos carnavalescos. A praça toda estava enfeitada, havia banheiros químicos, espaço reservado para as camas elásticas fora da praça, organização das barracas e uma programação variada. A chuva atrapalhou, mas a festa aconteceu e muitos foliões aproveitaram tudo o que têm direito, sem se importar com o tempo ruim.
Colaboração: Rosimere Ferreira
Fotos